21.9.12

de Dali

    Num mundo onde o tempo escasseia valorizo cada vez mais a capacidade de alguém suspender a sua visão quotidiana e colocar tudo em perspectiva. Cada vez mais vejo que o pensamento é toldado por questões práticas de Senso-Comum que o limitam a uma bengala na auto-estrada do pré-pensado. Não vejo ninguém valorizar o Belo por ser Belo antes preferindo explicações pseudo-intectuais para questões que devem ser encaradas numa perspectiva mais real e lógica.
    Deixo-vos esta entrevista de Salvador Dali. Apesar de parecer muito grande aviso que os primeiros 55seg bastaram para me prender a todo o resto. É uma entrevista à moda antiga bem conduzida em que Dali fala de diversos aspectos da sua vida e obra.
    Devo alertar os espectadores que será proferida uma quantidade extraordinária de afirmações aparentemente pouco coesas. No entanto parece-me curioso como alguém que se assume surrealista consegue pensar e agir de forma mais coerente do que muitos de nós... O seu pensamento não é regido pela habitual mistura de bom-senso, preconceito e ideal que nos tolda a todos. Pelo contrário Dali segue uma frieza idealista que não teme o resultado das suas conclusões analíticas e, como tal, não hesita em partilhar os seus resultados com o mundo. Dali usa a lógica pura, sem marcas, sem corrupção, e através dela molda todos os constrangimentos da lógica corriqueira transformando-os em Arte quando os expõe ao espectador. Talvez seja isso que faz dele um grande artista, essa capacidade única para captar aquilo que o nosso juízo comum não percebe e transmiti-lo de forma clara e e não impositiva.
   A isto eu chamo um exercício de estilo. Dali despoja os ouvintes das suas considerações vulgares e embarca-nos num mundo de simbologia crua e imperativa.

Entervista a Salvador Dali, parte 1
Entrevista a Salvador Dali, parte 2
Entrevista a Salvador Dali. parte 3
Entrevista a Salvador Dali, parte 4
Entrevista a Salvador Dali, parte 5
Entrevista a Salvador Dali, parte 6
Entrevista a Salvador Dali, parte 7
Entrevista a Salvador Dali, parte 8