21.2.12

O Corso Carnavalesco!


No Entrudo o país pára. Como um aluno inquieto espera a importante visita dos três tios ricos que o vêm visitar. É importante não desapontar os tios, pois são eles quem pagam os estudos.
Sempre que o aluno precisa de alguma coisa pedincha de forma infrutífera, junto aos pais. Os pais, muito zelosos da opinião dos tios muito ricos, dizem ao aluno que se cale que não seja piegas. Mandam-no trabalhar! Afinal, nas últimas duas visitas dos tios era feriado e o aluno não trabalhou. Desta vez não pode ser assim! O aluno bem diz que a escola está fechada, que já tem o fato do Entrudo escolhido, quarto reservado em Torres, lugar marcado no corso… Os pais são intransigentes, além o obrigarem a passar fome e a despir-se acham por bem que ele tem que trabalhar, para agradar aos tios! O avô coitado, que quando fala mais valia entrar mosca, já veio dizer que os tios acham que o neto está a ser um bom aluno! Mas isto não lhe serve de nada. Afinal, quando acabar o curso, não terá trabalho nem na caixa de um super-mercado na Polónia! Os tios vêm. Os pais, aflitos, mostram-lhe tudo. Uma e outra vez até que os tios já perceberam muito bem que tanto os pais como o aluno vivem como cães. Isso agrada-lhes. Os tios velhos muito ricos têm destas coisas, adoram ajudar, mas se e só se, for feita a sua vontade! Que sorte! O aluno está mais magro e os pais tiram-lhe mais ainda! No final do desfile, aquele em Torres a que o aluno não foi. Aquele que deixou os quartos frios e as ruas vazias. Aquele em que os cabeçudos, figurinos e fanfarrões não estavam presentes, para que os tios ficassem contentes. Aquele que o aluno e os pais já tinham pago, mas que ficou inutilizado para conservar os trocos das bebidas habituais nestas ocasiões. No final deste desfile os tios, que até o queriam ver, mas que os pais não deixaram dizendo que era brejeiro, foram embora deixando a sua aprovação. E o aluno pode voltar ao seu estudo, obedecendo a pais piores que as velhas e ao avô que vive do dinheiro que tem guardado na gaveta das cuecas.
Que alegria, os tios não nos aumentaram os juros!